FestFoto anuncia o resultado dos premiados na Leituras de Portfólio 2021:
– Prêmio MedPhoto 2021 (exposição) – Motherhood, de Madame Pagu (Brasil/Itália)
– CDF Centro de Fotografia de Montevideo (exposição) – Pedro Kuperman (Ashaninka)
– Bolsa FotoFest/Houston Leituras de portfólio – Jesús Jiménez (México)
– Residência Artística Online FotoFest Houston – Leonardo Ramadinha (Brasil), para desenvolvimento da série A Última Festa nas plataformas digitais do FotoFest
– Residência Artística Eustáquio Neves – Marília Oliveira (presencial) e Anna Ortega (remoto)
– Prêmio de Aquisição Museu da Fotografia de Fortaleza – Ilana Bar (Transparência de Lar e Tão Down) e Rodrigo Zeferino (O Grande Vizinho)
Parabéns aos(as) premiados(as) e a todos(as) que participaram das leituras!
Veja abaixo o trabalho cada um dos premiados:
Motherhood, de Madame Pagu (Brasil/Itália)
Motherhood
O projeto parte da vivência da artista e discute as relações entre mães e filhas. O tema é um tabu construído a partir da ideia romântica do amor materno infinito e que acaba por camuflar relações tóxicas, permeadas por dor e violência física e psicológica. A artista incorpora fotos de outras crianças e autorretratos como forma de ilustrar seu próprio percurso.
Madame Pagu (1967, Brasil) é uma multiartista que combina sua fotografia original e imagens e objetos apropriados com collage, arte têxtil, mixmedia processos destrutivos e arte digital para criar obras que remetem ao universo feminino, à conexão entre pessoas e à passagem do tempo. Desde 2015, vive na Itália, quando deixou a vida de advogada e professora universitária para dedicar se completamente à arte.
Ashaninka – Pedro Kuperman (Brasil)
Ashaninka, de Pedro Kuperman
Oficina de Fotografia Ashaninka é um projeto de capacitação em fotografia para a comunidade indígena Ashaninka do Rio Amônia, localizada no município de Marechal Thaumaturgo, Acre, na fronteira com o Peru.
O projeto de oficinas foi iniciado em 2016 a partir da demanda das lideranças Ashaninka, que enxergam na fotografia uma potente ferramenta a ser incorporada em sua cultura. Com esta capacitação, eles pretendem criar um acervo de imagens com seus próprios olhares, que poderá ser utilizado na formação cultural de jovens Ashaninka, na defesa de seu território, de sua cultura e em sua comunicação com outras etnias e com o mundo não indígena.
Pedro Kuperman
Nascido em Nova York em 1984, Pedro Kuperman reside toda a sua vida no Rio de Janeiro, Brasil. Pedro desenvolve projetos artísticos e educacionais muitas vezes sobre a relação das pessoas com a natureza e com o ambiente que as rodeia. Idealizador do projeto Oficina de Fotografia Ashaninka em cooperação com a UNESCO Brasil – programa de capacitação de pessoas da comunidade indígena Ashaninka do Rio Amônia (Amazônia) em fotografia e documentação de sua própria cultura. Obra exposta na mostra “What’s Going On In Brazil”, no festival Les Rencontres d’Arles, 2019 em Arles, França, e no festival Cri d’Amour Pour Le Brésil, 2018 em Paris, França. O projeto Jardim de Maria foi finalista em Seleção do 70º Rio Workshops da Magnum, em 2017, vencedor do prêmio do Festival de Fotografia FotoRio 2017, no Rio de Janeiro e exibido em diversos festivais em 5 países. Seu trabalho foi selecionado para integrar o acervo de Joaquim Paiva em fevereiro de 2019.
Money – Jesús Jiménez (México)
Jesús Jiménez Morelia (México, 1978).
Doutorando em pesquisa e produção em Arte na Universidade Politécnica de Valência (Espanha).
Selecionado para a residência FAAP (São Paulo) de fevereiro a junho de 2019.
Tem obras em coleções de museus nos Estados Unidos e México. Atua como professor, consultor e curador.
Apresentou a série “Money”, onde trabalha com a materialidade flexível do papel moeda para abordar questões sobre o conceito do dinheiro. Na residência na FAAP, abordou microscopicamente o papel moeda. Na série Transacciones, traz a interação do artista com os espaços dos centros culturais.
A Última Festa – Leonardo Ramadinha
Leonardo Ramadinha (Rio de Janeiro, 1977)
Formado em Comunicação Social pela PUC, cursou especialização em Artes Visuais na Unesa e é pós-graduado em Fotografia e Ciências Sociais pela UCAM. Fundou e dirige o Espaço Foto Contemporânea, dedicado a cursos e workshops em fotografia, arte contemporânea e imagem. Participou de exposições coletivas e individuais no Brasil, Argentina, EUA, Colômbia, Alemanha e Eslovênia.
Tem quatro livros lançados; “Sobre Memórias e Sonhos” (2015), “Sobre a Delicadeza das Coisas” (2015), “Angra dos Reis” (2014) e “Aquilo que Habita em Mim” (2012), além de publicações coletivas como “Rio Mar Lisboa Rio” (2015) e “A Criação do Mundo – Fotografia Contemporânea Brasileira” (2010). Seus trabalhos integram importantes coleções particulares tais como a Coleção Joaquim Paiva (MAM-RJ), Coleção Beto Silva, Coleção Julia e Luiz Porchat, Coleção Milton Abirached e a Coleção Márcia e Eduardo Lopes Pontes e fazem parte do acervo da Pequena Galeria de Artes Cândido Mendes e do Centro Cultural Recoleta em Buenos Aires.
Residência Artística Eustáquio Neves – Presencial
Marilia Oliveira – Amor Sapatão
Marília Oliveira
Artista visual sapatão cearense, interessada em memória, autobiografia, gênero, lesbianidade, e na relação entre imagem e palavra para composição de narrativas. É doutoranda em Artes Visuais pela UFBA e mestre em comunicação pela UFC. Integra o Descoletivo, coletivo de fotografia, com quem tem três fotolivros publicados (Afetos Urbanos, em 2015, Séries Sobre o Sutil, em 2016 e Tempo Imperfeito – uma fotobiografia de Camilly Leycker, em 2017). Realizou exposições individuais e participou de festivais e mostras coletivas no Brasil, em Portugal e na França.
Na leitura de Portfolio FestFoto 2021, apresentou o trabalho desenvolvido em torno do fotolivro Um livro sobre o amor sapatão, premiado pelo VII Edital das Artes da SECULTFOR. O trabalho discute o direito à memória e faz um exercício de uma pedagogia visual positiva – distanciada da violência e do erotismo – que trata do ordinário da experiência do amor sapatão no cotidiano. O trabalho fala das pequenas amorosidades que envolvem a existência no mundo, ao largo e a despeito das expectativas do que seria uma relação homoafetiva. É a costura de uma memória afetiva, como um álbum de família e um registro de alegria. O trabalho também está relacionado à pesquisa de doutorado, intitulada Museu do Amor Sapatão.
Residência Artística Eustáquio Neves – À distância
Anna Ortega
Anna Ortega (Porto Alegre, 2000)
Artista visual e estudante de jornalismo da UFRGS. Interessada na possibilidade de diálogo entre as diferentes linguagens – fotografia, texto, vídeo, corpo -, busca na imagem a possibilidade do encontro. Se encanta pelo retrato como forma de partilhar um olhar, um instante, uma história, e investiga as formas que ele pode assumir. Costuma olhar para o cotidiano em busca do miúdo do mundo, da casa e da memória e do afeto. Tem interesse pela ancestralidade e pelas histórias contadas por nossas avós. Desde 2019, desenvolve Não Há Casa Sem Flores, pesquisa poética protagonizada por sua Mãe, Vó e Tia. Em 2021, realizará uma Residência Artística na cidade de Belém, orientada por Alexandre Sequeira, como prêmio do 11º Diário Contemporâneo de Fotografia. Em 2019, participou de sua primeira exposição coletiva, na Galeria Casa Baka, em Porto Alegre, onde apresentou a obra “O Mar Verde Foi Tecido”, uma série fotográfica sobre a luta das mulheres na argentina para legalizar o aborto no país. É interessada também no campo da arte-educação.
Na leitura de portfolio FestFoto 2021, apresentou dois trabalhos. Em Não há casa sem Flores onde trabalha com fotografia e do vídeo para abordar o universo cotidiano da família composta por mais três mulheres. No audiviosual de 20 minutos Não Há Mesa Sem Flores, o foco é na mesa de refeições onde interagem Mãe, Vó e Tia Lu. Somos levados ao mistério das gestualidades e das banalidades ditas no dia a dia. Ao mesmo tempo em que sabemos que aquela é a mesa de jantar da casa da autora, quem olha acaba por sentar a mesa também. Não conversa nem come, mas dialoga com as quatro mulheres.
Prêmio de Aquisição Museu da Fotografia de Fortaleza
Ilana Bar – Transparências de Lar e Tão Down
Ilana Bar
Artista, fotografa e pesquisadora. Bacharel em fotografia pelo Centro Universitário Senac e mestranda em Artes Visuais pela ECA- USP. Vive e trabalha entre as cidades de Atibaia e São Paulo. Seus projetos e pesquisas envolvem o universo familiar, laços afetivos com pessoas e espaços. Em 2010 foi contemplada com o 1º lugar no 8º festival internacional da imagem fotográfica em Atibaia.
Séries:
Transparências de lar
O trabalho retrata o universo emocional da autora, composto por situações do cotidiano e do imaginário familiar. Forma um mosaico de afetos e provoca a reflexão sobre a vida, beleza, semelhança, diferença e afeto. Em 2017, esta série participou da exposição International Discoveries VI – Fotofest em Houston- TX e foi contemplada com o prêmio Nacional de fotografia Pierre Verger 2016/2017 e o Prêmio Nera Di Verzasca, 2018 em Verzasca foto festival (Sonogno, Suíça).
Tão Down, 2010
Série de retratos de pessoas com síndrome de down a partir de referências que dialogam com pinturas rupestres, impressionismo, renascimento, barroco, pop art e neo clacissismo.
Prêmio de Aquisição Museu da Fotografia de Fortaleza
Rodrigo Zeferino – O Grande Vizinho
Rodrigo Zeferino, O Grande Vizinho
Série construída ao longo de dois anos que apresenta uma leitura da paisagem de Ipatinga, cidade construída em torno da usina siderúrgica Usiminas e também terra natal do autor. O trabalho problematiza a visualidade da cidade industrial e também questiona o modelo de consumo contemporâneo, baseado do extrativismo mineral. Em uma segunda fase, o trabalho apresenta o interior da usina e abre espaço para uma percepção subjetiva das máquinas, matéria-prima e rejeitos gerados na usina.